Parcialmente tomada por um sono manso, ela se deitou. Cobriu-se até a cabeça, deixando que o ar frio do lado de fora tocasse só a sua face. Fechou os olhos e entrou no seu mundo. E era lá que as suas idéias, seus planos, suas pessoas, suas saudades, seus medos, suas ilusões, suas mudanças, suas dores, suas alegrias, suas lembranças eram guardadas, alimentadas e relembradas quase para sempre. Hoje, ela selecionou as suas saudades, e deixou o seu corpo deitado para ir reviver uma saudade mais presente...
Depois ela se sentiu irreal demais, voltou a abrir os olhos. Queria o presente... Pensou na possível única diferença de ter vivido aquele momento um mês atrás e de viver ele agora, de novo: agora ela o vivia sozinha. E sozinha, os pensamentos aumentavam milhões de vezes, lá e aqui. Sozinha, as chances de um mesmo sentimento se aflorar junto, ao mesmo tempo diminuíam tristemente.
E devagar, meio tímida, meio culpada, ela deixou escapar uma lágrima... Estava afogada em turbilhões de pensamentos... Queria alguma coisa real, queria aquela realidade... De novo.
Um comentário:
A utopia é boa. Se bem mesclada com a realidade, porta-se bela, saudável. Só um ou só outro se mutilam e se perturbam.
Acho que eu preciso de um pouco mais de utopia...
mas... já elogiei seus textos ótimos?
^^
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