sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

E isso nunca vai mudar

O estranho é não ter você aqui
Na porta ao lado
Como posso eu me acostumar
Com o que nunca foi diferente para mim?
Nunca me vi sem você, sem seus conselhos
Sem nossas brigas, nossas promessas
Nossas reflexões, nossos medos.

Você é minha vida há 13 anos
Minha alma gêmea, minha mente gêmea
Minha cápsula protetora
Segunda pele
Irmã

Como tudo me lembra você
Choro a saudade de nossa infância
Choro a mudança
Choro você
Você cresceu

Não vá tão longe
Eu quero te ver
Quero crer na nossa promessa
Onde as palavras pareciam insignificantes
Perto de uma igualdade tão imensa

Minha eterna eternidade
Eu sempre estarei com você.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Escreveu a vida

Pobre menina, indefesa, frágil, tão mutável
Rica menina, sonhadora, consciente, verdadeira
Hoje ela fantasia o príncipe para ganhar seu amor
E, oh, que amor! Correria todo o oceano por uma promessa

Voa em sonhos, sonha viver
Amanha vacila, se entrega ao medo
Sede de mudar, rede de palha, praia
Praia tão bela e invisível
Lágrimas transparentes
Cores, dores e flores na praia
Cores colorem,
Dores morrem
Flores...ela criou
Amou, chorou e cantou.
Amou a música
Chorou o príncipe e
Cantou a dor. Foi
feliz.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Brilha inconstante

O dia passou quieto e sem cor. Era como dormir o sono comprido da noite. Sempre, sempre a mesma coisa. O desejo de mudar nasceu junto com a força para fazê-lo. Mas, como de costume, ambos se aconchegam num canto preguiçoso da mente e por lá adormecem, até que o dia que eles voltem a querer acordar. Será uma inquietação deles também essa costancia inquietante?
Manhã bonita, dúvidas internas. Sol, aconchega o meu desanimo e faz acordar a minha fé. Teu favor será tão útil naquela tal vida pacata de rotina. E, por favor, não se esqueça de, ao se por, adormecer também aquela dor.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

O armário de carvalho

Depois daquela noite
O orvalho entristecia o velho carvalho
A brisa gelada acariciava levemente a camiseta
E a eternidade parecia ter ficado adormecida na saudade
Névoa, noite, solidão. Ah, dolorosa perfeição!
Na lembrança fica o rastro da mudança
De um tempo que está perdido.
A flor exibia um tom inédito, tão colorido, tão indolor
Naquela primavera dourada
a flor havia se tornado o amor
Doçura velha de uma pintura amarga
Hoje já era amanhã
E o amanhã foi a promessa de um hoje melhor.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Uma linda história de amor, com lágrimas.

Era uma vez um jovem chamado Amoroso.
Bem, ele não sabia disso porque era meio impossível um homem naquela época ter alguma idéia de nomes. Mas ele, sem dúvida, tinha esse nome.
Certo dia, andando pela vizinhança, ele deu de cara com uma completa desconhecida, que, naquele momento, passou a não ser tão desconhecida assim. Ela ainda não tinha pensado em um nome para ela...tinha certa limitação em entrar pra dentro de si mesma, e portanto não conseguiu descobrir seu nome.
Amoroso, um homem já mais intelectual, olhou para ela (naquela época era tudo na base dos olhares) e no instante seguinte eles já estavam de mãos dadas caminhando nos territórios onde mais tarde receberiam esse nome.
Para nós, homens de linguagem escrita e falada, é completamente ilusório um casal passar a viver junto por 87 anos (sim, esse foi o tempo que os nossos amigos Amoroso e Judite (que com a ajuda de Amoroso descobriu seu nome) ficaram juntos) sem trocar sequer uma palavrinha.
Utópico é também, o fato de um casal viver juntos todo esse tempo. Primeiro, onde já se viu? ninguém se aguenta (não uso trema aqui, porque ouvi dizer que vão mudar isso na nossa linguagem) por mais de 50 anos, estourando! E segundo, quem tem tempo pra viver tudo isso?? Absurdo.

Bom, mais o fato é que naquela época era muito mais difícil perder sua vida por uma causa que não fosse a própria vontade do nosso próprio Criador. Ao contrário do que muitos pensam, sem as confusões que a nossa linguagem as vezes pode causar inocentemente, as brigas entre amigos, conhecidos e desconhecidos ficavam mais longe de terem o seu marco de existência. Claro que brigar por comida, território era uma coisa, digamos, habitual e normal. Eles não discutiam isso.

Voltando a maravilhosa história de amor entre aqueles dois seres, um certo dia Judite foi passear e encontrou um completo desconhecido. Ele se chamava Amoroso. Ela olhou pra ele, e no momento seguinte eles estavam andando de mãos dadas sobre o pasto florido, que mais tarde receberia esse nome.

Pois bem. Depois de alguns séculos de regressão, vem a minha memória, o meu querido Amoroso interior, pronunciando algumas palavras (as primeiras) para sua amada Judite. 'Amor...'
Judite estava impressionada com aquelas blasfemias que seu amado Amoroso havia lhe dito! Onde já se viu! Hoje era como se um mocinho começasse a mexer sua orelha freneticamente de forma que ela produzisse alguns ruidos.
Absurdo, coisa estranha!
Judite ficou impetuosa e terminou tudo com Amoroso, quando, involuntariamente, sentiu escorrer uma gota de chuva de seus olhos. Ela olhou para o céu no mesmo momento, pensando que era muita coicidência uma gota cair bem nos seus olhos, e bem na hora que o seu coração ficava apertado, e uma dor interior fazia-a quase esquecer seu próprio nome.
Amoroso, sentindo uma pontada terrivel por ver sua amada Judite expelindo uma gota de seu interior, olhou para o céu e repetiu "Amor..."
Ele naquele momento estava descobrindo a sua própria essencia. Se sentia bem por ter feito Judite descobrir o seu proprio nome, e ainda melhor ainda, quando descobriu que o sol não ia embora quando vinha a noite. Ele sentiu um enorme sentimento. Hoje chamamos de orgulho, mais ele ainda não sabia disso.
E daí, percebeu que conseguiria usar aquele grande furo que tinha em sua face, não apenas para colocar coisas dentro, mais também para fazê-las sair. E ele tentou, com todas as suas forças, tirar alguma coisa de dentro. E tudo que saiu foi a sua própria essencia: "Amor...oso!"
A pontada terrivel que sentiu quando viu Judite chorar, foi fruto de uma inveja secreta, afinal ele sabia que aquilo que saia de seus olhos não era um pingo de chuva. Era o seu interior se expressando para o exterior.
Droga, ele ainda não sabia fazer isso! Ela havia o superado. E então ele quis se expressar. De novo, mais forte.
E ai o seu nome saiu em alto e bom tom. " AMOROSO!"
Pobre Judite, achava que ele a odiava. Chorou com todas as suas forças.
Ele, invejoso, continuou a gritar seu nome (mesmo sem saber disso).

E então, depois de 83 anos juntos, depois de uma união linda e completamente invejavel, os seus amigos, inimigos, desconhecidos e conhecidos, disseram que aquele eco agudo que Amoroso havia soltado nas redondezas distantes, era sua forma mais profunda de demonstrar o seu intenso e puro sentimento por Judite. Essa então, expelia pequenas gotas de chuva de seus olhos, porque não conseguia fazer mais nada ao ver seu amado lhe dizendo o quanto a amava.
E correm boatos que Judite poderia ter feito aquilo por vergonha de não sentir a mesma coisa por Amoroso. Dizem que ela, de tão envergonhada, pegou suas tralhas e fugiu (com um novo desconhecido) para umas terras distantes.

Alguns anos depois, a nova geração do passado, começou (como de costume) a aprender a giria e dizer isso quando suas namoradinhas e namoradinhos dava-lhes as suas mãos para andar no pasto. ''Amor!"
o 'oso' de Amoroso, se perdeu no ouvido dos velhos anciões que contavam as historias para seus netos. Eles pensavam que aquilo era só um eco que impulsionou o 'amor' a chegar até a aldeia.

Tudo fruto de um imenso engano 'eu te amo, também, meu querido', para Amoroso, significava que aquela pessoa também sentia aquele imenso sentimento de orgulho próprio e uma pontada de inveja das formas de se expressar do outro que as vezes superavam as suas proprias.
Para nós, inocentes vitimas da evolução, isso significa...
Bem, não sei pra você. Não vou dizer o que significa pra mim, afinal pode causar um tremendo engano de suposta compreenção.
Digo, o meu vermelho pode ser o seu amarelo e, por falta de entedimento, chamamos um de outro sem a menor cerimonia.

E ah, toda essa linda história de amor foi entendida por mim de uma forma, quem sabe, muito diferente da que você entende. Um dia evoluiremos para a linguagem do olhar...de novo.


domingo, 30 de setembro de 2007

príncipe

Olha só pra ela. tem os opostos dentro da cabeça...consegue se sentir feliz com a mesma facilidade com que deixa tudo melancolico. essa noite ela sonhou. acordou pensativa e se sentindo bem. no sonho, ela havia voado com quatro pessoas. as quatro mais especiais, as únicas.
mais ela tambem sonhou com um passado. e sentiu saudades. como de costume, começou a expor os pros e contras de ter tudo acabado antes de começar de verdade. os pros estavam mais fortes, talvez porque ela sonhou com ele essa noite e foi bonito, deu saudades.
ela sente medo de ter perdido uma coisa especial, sente saudades do abraço, do carinho. sente falta de um dos poucos olhos que ela conseguia enxegar alguma coisa por dentro. sente falta de conversar, sente falta do que não teve.
tem medo de ter perdido tudo por ser assim, tão mutavel. tem medo de nunca mais encontrar alguem do mesmo jeito. tem saudades de ter aquele 'freio' que impedia ela de dizer todas aquelas coisas bonitas que ela guardava.
ela quis compartilhar com ele, mais teve medo. era tudo novo pra ela, o novo assusta tanto quanto fascina.

os contras fazem ela querer gritar pra ele dizendo que ele mentiu sobre aquela outra. não era só um carinho de amizade...mais o que importa? agora nada, passou.
e ela se pergunta porque ainda sonha com ele. droga, podia ter deixado passar, como sempre fez. superar.

agora ela escreve pra descarregar. amanha é segunda...dia cheio. ela esquece.
mas se em cada fim de semana tudo voltar, o que vai adiantar a semana vir pra esquecer? ah, vai saber.
ele faz uma coisa errada, e diz que precisava de alguem. ela sabe que por mais errado que seja, ele até nao esta tão errado. ela queria ser o alguem, mais ainda não esta pronta. ela pensa que ele nunca vai entender o quanto ele signfica pra ela, o quanto ela se importa. ela queria fazer ele se sentir bem, queria abraça-lo e dizer que vai ficar tudo bem. mais...
ainda, não. pode. nova, nova. quer? muda, muda.
as vezes
ela sente ele.

sábado, 29 de setembro de 2007

walk away

Pegue as sua bolsa e vamos andar. Andar pra qualquer lugar, e esquecer um pouco de pensar. Pensar nas decisões, nos amigos que queria 'ter por perto', nas perdas, nas dores, nas mudanças, nas dúvidas, nas tristezas.

As vezes acaba cansando ir sempre atrás. E é isso que te faz, uma hora, entregar na mão de Deus, e esperar. Esperar por um sonho, por um desejo, por um dia melhor, por surpresas, por emoções...

Liga o rádio. Tá tocando aquela música. Aquela que ha dois anos atrás eu costumava chorar ao ouvir.
Por que? Isso não importa mais, afinal, isso 'passou'.

Senta do meu lado, vamos beber alguma coisa esfumaçante, e ouvir alguma coisa feliz.
Se enrola no cobertor, joga essa almofada pra cá, e deita no meu colo. Vamos ver um filme daqueles 'de chorar'.

Todas as coisas que você sempre quis fazer, e nunca encontrou um amigo ideal para fazê-las.
Fazer o que, né? é a vida.
Palavras que você sempre quis dizer, mas nunca encontrou alguém que merecesse ouvi-las.


'-Psiu, o filme vai começar.'

vou fingindo ser o que eu já sou

Minha foto
"O melhor drama está no espectador e não no palco."